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A importância da fisioterapia no pós operatório

Por Adriana Matos & Cristiane Melo - 27 de outubro de 2021

Mais de 1,5 milhão de procedimentos estéticos são realizados no Brasil todos os anos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Mas, aliar as expectativas a um resultado que se aproxime ao máximo do sonho desenhado, procedimentos como uma cirurgia plástica, por exemplo, precisa ir além do centro cirúrgico, a fim de que todo o planejamento pensado pelo profissional e paciente resulte em satisfação e êxito. Para isso, a fisioterapia no pós-operatório é essencial para a plena recuperação do paciente que, conforme a fisioterapeuta Sidiara Castro, especialista em dermatofuncional e em pós-operatório de cirurgias plásticas, em muitos casos, já pode iniciar o tratamento ainda no próprio hospital ou clínica onde o procedimento for realizado.

Além de contribuir para a diminuição de sintomas de dor e dos níveis de inchaço, o tratamento visa restabelecer os movimentos do membro operado, além de prevenir a contratura muscular e a rigidez articular. O que muita gente não sabe é que a fisioterapia pode ser empregada tanto em procedimentos ortopédicos, quanto em qualquer tipo de pós-operatório. No caso da cirurgia plástica, ou outro tipo de procedimento cirúrgico, o início precoce da fisioterapia pode significar uma reabilitação mais rápida e com grande possibilidade de menos dor.

Sidiara salienta a importância do profissional fisioterapeuta ser o responsável por essa reabilitação no pós-operatório, uma vez que se trata de alguém que trabalha com o movimento. “Só ele, somente o fisioterapeuta está habilitado a fazer isso, nenhuma outra profissão”, ressalta a especialista que lamenta o fato de muitos cirurgiões ainda resistirem em indicar a fisioterapia imediatamente após o procedimento. “O problema é que muitos pacientes chegam ao nosso consultório de forma tardia. Na verdade, quanto mais precoce o paciente inicia esse tratamento, mais rápido eu consigo devolver as funções daquele tecido. Nós atuamos quando autorizados pelo médico, que tem no fisioterapeuta capacitado um aliado para o êxito de sua cirurgia”, frisa a fisioterapeuta.

A fisioterapia no pós-operatório se faz muito necessária, principalmente, para pacientes que foram submetidos a procedimentos invasivos. Esse tratamento, que visa à recuperação de movimento, entre outros benefícios, é amplamente realizado após cirurgias ortopédicas e de trato venoso como, por exemplo, a de varizes também. O mesmo é válido para pacientes que sofreram algum tipo de amputação e no lugar do membro foi colocado algum tipo de prótese; a rinoplastia; cirurgias em mamas; abdominoplastia, enfim, todo e qualquer pós-operatório.

É importante salientar, portanto, que ao pensar a fisioterapia no pós-operatório não necessariamente se está falando de drenagem, o que ainda povoa o imaginário de muitos pacientes. “São muitos os pacientes que chegam até a mim precisando de muitas coisas, menos de drenagem. Nosso papel junto ao cirurgião também é esclarecer para esse profissional o que podemos alinhar ao trabalho dele no pós operatório para o êxito também de seu trabalho. Não é só drenagem. Cuidados com a cicatriz, com os movimentos do paciente, seu conforto, com edemas. As terapias manuais que são muito importantes. As próprias contenções de forma correta, tudo isso é fundamental para um pós operatório exitoso”.

            Como informou Sidiara Castro, todo o acompanhamento necessário pode ser iniciado ainda no centro cirúrgico e continuado na residência do paciente, ou em uma clínica especializada, durante um período pré-determinado pelo médico e pelo próprio fisioterapeuta. É importante, como ressalta a fisioterapeuta, que todo o processo fisioterapêutico do pós operatório seja comunicado ao cirurgião. “Essa parceria é fundamental até mesmo para assegurar a esse profissional que a recuperação está acontecendo da forma esperada”. Também faz-se necessário lembrar que a excessiva ausência de movimento no pós-operatório pode resultar na paralisação da circulação sanguínea, podendo causar quadros de edema e dor. Em casos mais graves, a pessoa poderá sofrer uma trombose, sobretudo os pacientes mais idosos. Além do mais, a musculatura poderá se encontrar mais fragilizada, com grandes chances de atrofiamento. Por sua vez a pele fica enrijecida e pouco flexível, prolongando assim o tempo da reabilitação, por isso, é fundamental que a fisioterapia seja iniciada o quanto antes em todo pós operatório.