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AGOSTO LARANJA: Especialista fala sobre o papel da fisioterapia neurológica no tratamento da Esclerose Múltipla

Por Jornalista Cristiane Melo - 30 de agosto de 2021

No dia 30 de agosto comemora-se o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla (EM). No Brasil, estima-se que cerca de 35 mil pessoas tenham a doença, segundo pesquisa da Casa Firjan, divulgada pela Associação Brasileira de Esclerose Múltipla – ABEM. A Esclerose Múltipla é uma doença inflamatória crônica, que compromete a função do sistema nervoso (cérebro e medula) ao atingir diversas funções ligadas ao trânsito de informações dos neurônios para o resto do corpo. Hoje, a EM é a doença neurológica que mais afeta jovens adultos no mundo, sendo na maioria mulheres.

Apesar da Esclerose Múltipla não ter cura, a fisioterapia neurológica possui um papel essencial na reabilitação de quem vive com esta condição crônica. Na opinião de Vinícius Oliveira, fisioterapeuta com especialidade em doenças neurológicas, diversas evidências indicam que os programas de exercícios planejados e individualizados aumentam a mobilidade, melhoraram o desempenho das atividades diárias, reduzem a fadiga (cansaço), além de prevenir complicações decorrentes da doença. “A fisioterapia neurofuncional irá fazer com que essas pessoas voltem às suas atividades cotidianas sem maiores problemas. É necessário, no entanto, sempre ser cauteloso quanto as limitações de cada indivíduo, para que o quadro clínico do mesmo não piore”, informou Vinicius.

Ainda segundo o fisioterapeuta, no Grupo Reabserv, única instituição especializada em fisioterapia neurofuncional de Feira de Santana e região, todo o tratamento com os pacientes acometidas da EM, é realizado de forma individual por especialistas que utilizam equipamentos tecnológicos específicos para melhoria do quadro clínico do indivíduo. “No caso dos movimentos estarem comprometidos, a fisioterapia ajuda a reformular o ato motor, dando ênfase à contração dos músculos ainda preservados. Na maioria dos casos
o tratamento fisioterápico deve ser associado a determinados remédios, previamente prescritos pelo médico neurologista, o que irá contribuir na reeducação e controle dos esfíncteres (músculos que controlam a eliminação de fezes e urina)”, garantiu.

Ainda segundo Vinicius Oliveira, apesar de não alterar a evolução da doença, é importante manter a prática de exercícios físicos, o que na opinião dele as atividades ajudam a fortalecer os ossos, a melhorar humor, a controlar o peso e contra sintomas como cansaço. No caso de pacientes com crises agudas da doença, a orientação é que permaneça em repouso.

Sobre o Agosto Laranja

A data comemorativa, 30 de agosto, instituída pela Lei nº 11.303/2.006, tem como objetivos dar maior visibilidade à doença, informar a população e alertar para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. A EM é a doença neurológica que mais afeta jovens adultos no mundo, sendo que a média de idade em que as pessoas são diagnosticadas é aos 30 anos. A doença foi descrita pela primeira vez em 1.868 pelo médico francês Jean-Martin Charcot.

Os sintomas da EM são variados e dependem da parte do sistema nervoso que foi afetada. Entre os mais comuns, estão fraqueza, distúrbios de equilíbrio, entorpecimento, transtornos visuais, tremores, vertigens, sensação de rigidez dos membros, fadiga, problemas na fala, no intestino e alterações na bexiga.

Embora ainda não exista cura para a EM, há tratamentos medicamentosos que buscam reduzir a atividade inflamatória e a ocorrência dos surtos ao longo dos anos, contribuindo para a diminuição do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente. Além do foco na doença, tratar os sintomas é muito importante para a qualidade de vida desses pacientes. Os medicamentos utilizados, bem como todo o tratamento fisioterápico, devem ser indicados e acompanhados pelo médico neurologista de forma individualizada.