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Como fica o casamento com a chegada de um “filho especial”?

Por Mariana Mattos - Psicóloga - 13 de abril de 2020

Há quem diga que a lua de mel perdura por meses, outros, defendem que os primeiros meses são os mais difíceis. Unir duas vidas requer muito, afinal, de um lado está a expectativa da realização de um sonho, em contrapartida, essas duas vidas apresentam suas prioridades, manias, opiniões, contas, obrigações, cobranças…

 

 

E lá se vem mais um provável capítulo: a chegada do filho! E com ele, um possível desgaste do período gestacional, cansaço da nova rotina… Casar por vontade deveria ser pra vida toda e filho é o fruto desse amor, não é?

 

 

Essa é a “regra” do senso comum. Mas, muitos relacionamentos acabam nessas fases: início do casamento, gestação e logo após o nascimento de um filho. E quando se tem o diagnóstico de uma criança especial?

O efeito pós diagnóstico num casamento costuma ser devastador. Negação, busca por culpados, anseios, angústia, falta de informação e vergonha, são respostas comuns. A palavra que antes feria agora queima, os 10 minutos para respirar e acalmar já não existem, o filho demanda mais atenção e a fragilidade está ali.

A separação pós diagnóstico também é comum por inúmeras razões, afinal, continuam sendo duas vidas, suas questões e mais uma (algumas vezes, multi). Há relações que se fortalecem, outras não. Procurar apoio profissional é extremamente importante nesse momento.

Como profissional de saúde e mãe de uma criança autista,  desejo que possamos cuidar dos nossos filhos com o melhor que pudermos oferecer e para isso, precisamos cuidar de nós mesmos. Conto com Eric Mattos, um companheiro e pai que protege nossos filhos e nosso casamento de forma plena. Temos a Lavínia, irmã gêmea do Luca, que muito se mostra responsável por tantas conquistas do irmão. Não é fácil. Nunca foi. Mas acreditamos que as relações podem se fortalecer também nesses cenários. Acreditamos que a rede de apoio é fundamental e que o amor precisa sustentar as decisões, passos a serem dados e a vontade de continuarem não somente como pai e mãe dos tesouros que chegam, os filhos, mas companheiros que se querem e se querem juntos.

Mariana Mattos é psicóloga e mãe de uma criança autista. Contato com a profissional: @psicologa.marianamattos