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Mais de 5 mil nordestinas vão receber o diagnóstico de câncer de colo do útero em 2024

16 de setembro de 2024

Um levantamento recente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) revelou números preocupantes para a saúde feminina em todo o Nordeste. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 5.280 mulheres da região serão diagnosticadas com câncer de colo do útero em 2024. Na Bahia, especificamente, são esperados 1.160 novos casos de câncer de colo do útero, 490 de câncer de corpo do útero (endométrio) e 460 de câncer de ovário, conforme o estudo divulgado como parte da campanha “Setembro em Flor”, que busca conscientizar a população sobre o câncer ginecológico.

Entre as iniciativas da campanha estão episódios de podcast nas plataformas digitais e no canal do YouTube do grupo, além da distribuição de cartilhas educativas e infográficos explicativos. A campanha também inclui esforços para promover a vacinação contra o HPV e incentivar a realização de exames preventivos, como o Papanicolau, buscando ampliar o acesso à informação e estimular atitudes proativas na prevenção da doença.

“O câncer de colo do útero está basicamente associado à infecção pelo vírus HPV. Na população mundial, esse vírus é bastante frequente, contaminando 80% da população sexualmente ativa. No entanto, a maioria das pessoas elimina o vírus, mas, em uma pequena porcentagem, o vírus permanece no organismo e, ao longo do tempo, pode causar vários tipos de lesões, sendo o câncer de colo do útero o principal”, explica a oncologista clínica Aknar Calabrich, membro da Comissão de Ética do Grupo EVA.

A vacinação contra o HPV, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), é uma das principais ferramentas de prevenção, mas tem enfrentado uma baixa adesão na região. “A cobertura vacinal no Nordeste é muito baixa; idealmente, gostaríamos de vacinar pelo menos 70% das crianças, mas estamos muito abaixo disso. O grande problema da vacinação hoje é a desinformação. Muitas pessoas desconhecem o benefício da vacinação ou têm medo dela, mas a vacina é extremamente eficaz e segura, e protege contra infecções pelo vírus HPV, que não só causa câncer de colo do útero, mas também câncer de pênis, faringe e ânus”, pontua Calabrich.

O rastreamento da doença, por meio de exames como o Papanicolau, também tem sido insuficiente. A oncologista alerta que, apesar de o exame ser oferecido amplamente, muitas mulheres não o realizam regularmente. “Infelizmente, a adesão da nossa população a esse exame é muito baixa, muito abaixo do desejado. Portanto, temos uma alta contaminação pelo vírus HPV e um baixo rastreamento através dos exames preventivos, como o Papanicolau e a testagem do HPV, chamada genotipagem”, afirma.

Para mulheres que estão adiando exames preventivos ou que foram recentemente diagnosticadas, o conselho é claro: “Não deixem de se cuidar. A prevenção é o melhor caminho. O câncer pode ser superado. Quanto mais cedo você busca ajuda, maiores são as chances de vencer. E nunca perca a fé, porque ela faz toda a diferença”, finaliza.

Informações Portal A Tarde