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Dengue: entenda por que queda de plaquetas nem sempre é sinal de forma grave da doença

18 de abril de 2024

Para pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dengue, um hemograma que apresenta queda nos níveis de plaquetas pode ser assustador. Entretanto, segundo especialistas, a diminuição plaquetária nem sempre é sinal de que a doença está na forma grave.

Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, o médico hematologista Guilherme Duffles destaca que, em geral, há um risco maior de hemorragia espontânea – ou seja, sangramento sem traumas – quando as plaquetas ficam abaixo de 10 mil/m³, o que é raro em quadros de dengue.

De acordo com Duffles, a gravidade da dengue não pode ser definida apenas pelo resultado do exame de sangue e requer análise de outras manifestações clínicas. No entanto, os quadros costumam se apresentar da seguinte forma:

Entre 100 e 150 mil plaquetas/m³: quados mais leves
Entre 50 e 100 mil plaquetas/m³: quadros moderados
Abaixo de 50 mil plaquetas/m³: quadros mais graves

“A grande gravidade da doença passa pela perda de líquido do vaso sanguíneo. Os pacientes podem começar com pressão mais baixa, redução da quantidade de urina, alterações no sistema nervoso central e também hemorragias. O que define a doença, do ponto de vista da sua gravidade, tem a ver com manifestações de choque circulatório e hemorragia”, explica o médico.

Sintomas e recuperação

Em Campinas (SP), a esposa do jardineiro Artur Rosa está internada com dengue. No caso dela, a quantidade de plaquetas chegou a cair para 36 mil, fazendo com que a mulher permanecesse internada. Enquanto isso, o marido faz um apelo:

“Isso vem com uma falta de cuidado de muitas pessoas em relação às próprias casas. […] Muitas pessoas não veem o que está acontecendo dentro da sua casa, mas ao redor muitas pessoas estão sofrendo com a dengue, e é dolorido”, diz Artur.

No caso da coordenadora de projetos Beatriz Lavandoscki, as plaquetas chegaram a 115 mil durante o período em que esteve com a doença, mas os valores voltaram à normalidade após uma semana em tratamento.

“Foi o ápice da doença, a menor plaqueta que eu tive, mas em uma semana eu fiz o terceiro exame e já estava com 154 mil. […] Tive [sangramento] na gengiva, no nariz, que são incomuns no meu dia a dia. Tive também algumas manchas no corpo, principalmente na mão, e coçava muito”, conta.

“É o próprio organismo que vai se recuperando de forma natural. Sempre apoiada dos médicos com as prescrições para os sintomas de náusea, dor de cabeça, mas a plaquetas é muita hidratação, seguir as prescrições médicas e naturalmente a gente vai aumentado ali. É o ciclo da própria doença”, diz Beatriz.