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O suicídio na adolescência: podemos fazer algo?

5 de agosto de 2019

Há pouco mais de dois meses, conversava com meu ortodentista, Eric Mattos, sobre as séries de questões que cercam as escolas, as diversas problemáticas que acometem os jovens estudantes e, consequentemente, acabam por nos atingir enquanto profissionais (para quem está nos lendo pela primeira vez, sou professora de escola pública e atuo na área de Linguagens) e a todo o organismo chamado escola.

Nesse dia, lembro-me de trazer alguma situação envolvendo automutilação (esse é um assunto que merece outro post e garanto falar sobre isso muito em breve) e Eric então me perguntava se eu conhecia a série da Netflix “13 Reasons Why”. Confesso que já tinha ouvido falar, mas não havia me interessado em assistir, mesmo tendo escutado muito sobre seus personagens durante discussões acerca do tema “Suicídio” nas minhas turmas do 3° ano de Redação, ano passado.  A resposta que Eric me deu foi contundente: “todo professor deveria assistir esta série”.

Sim, precisamos. Confesso que o ritmo em que se passam os episódios e o vai e vem do passado e do presente dos acontecimentos me deixaram meio desanimada a prosseguir, mas os temas abordados, os quais cercam o suicídio da protagonista, e o que a jovem Hannah viveu junto aos seus colegas na escola onde estava matriculada há pouco tempo prenderam a minha atenção até a “última fita”. Às vezes, me pergunto o por quê de a segunda maior causa de morte entre os jovens entre 15 e 29 anos, no Brasil, ser algo ainda tão pouco discutido nas salas de estar das nossas casas e  nas salas de aula de nossas escolas.

No Instituto de Educação Gastão Guimarães, escola em que estou professora, fomos convidados e convidadas a participarmos de dois momentos de discussões sobre esta questão. Durante as ACs (reuniões semanais da nossa área), onde lemos uma cartilha e respondemos a questões sobre o assunto, e uma palestra com o professor de Filosofia, Marcos Goldin, da Faculdade Estácio de Sá, unidade de Feira de Santana, que falou da importância de estarmos atentos para alguns sinais que nossos filhos e ou alunos podem apresentar enquanto potenciais suicidas (tais motivações também serão temas de posts futuros aqui), bem como suas motivações.

Aproveitei e pedi que ele gravasse para nós do Portal Viver Mais algumas dicas. Na oportunidade, contamos com a colaboração da intérprete de Libras, Adriana Motta, que também trabalha conosco no Gastão (aliás, preciso deixar aqui meus agradecimentos e reconhecimento pelo seu trabalho e do marido dela, Nailton, que também é intérprete e que muito tem me ajudado no projeto Vidas Secas, na escola, junto aos surdos) que interpretou nossa conversa. Portanto, você, surdo ou surda, também terá acesso a essa entrevista, disponível no vídeo abaixo, na sua própria língua.

 

 

Espero mesmo que possamos rever nossos olhares e atenção para com esse tema. Na outra semana, traremos a psicóloga Mariana Mattos, que trabalha há 12 anos com crianças e adolescentes, para falar um pouco mais sobre essa e outras questões. É que a série da qual falei no início do post discute justamente temáticas que ganham força nos pátios das nossas escolas e que, muitas vezes, nós escola e família também, que deveríamos estar atentos, nada ou pouco fazemos: o bulliyng e o cyberbulling , portanto, serão discutidos aqui também nas nossas futuras conversas.

Agradeço a nossa colega de área, Flávia Freitas, que fez as vezes de “câmera girl” pra gente. Beijo grande, Flavinha.

 E você, professor, professora, mãe, pai, adolescente, como lida com essa questão em casa e na escola?