O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma condição psiquiátrica que se manifesta através de episódios de depressão e mania ou hipomania, afetando significativamente o humor e o comportamento das pessoas que convivem com essa condição. No contexto da maternidade, o acompanhamento adequado se torna ainda mais importante, visando a saúde da mãe e seu bebê.

A psicóloga Verusca Taveira, que atua no Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher), destaca a importância do suporte especializado para mulheres diagnosticadas com o transtorno durante a gestação e o pós-parto.

Segundo a especialista, o acompanhamento psicológico é fundamental ao longo de toda a gravidez, incluindo o planejamento e especialmente no puerpério – período pós-parto em que podem surgir diversas questões emocionais.

“Para mulheres que já possuem o diagnóstico de transtorno afetivo bipolar, é indispensável o acompanhamento psicológico contínuo durante toda a gestação. Durante o período de hospitalização, as mulheres também recebem suporte psicológico. Além disso, o acompanhamento psiquiátrico é fundamental, pois muitas mulheres interrompem o tratamento medicamentoso ao descobrirem a gravidez, o que aumenta o risco de recidiva ou piora dos sintomas”, alerta Verusca.

A psicóloga ressalta ainda que, em casos de diagnóstico durante a gravidez ou pós-parto, conhecido como TAB com início no periparto, o suporte e encaminhamento para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) são essenciais.

“Sabemos que essa fase é de maior risco para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, portanto o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são fundamentais”, acrescenta.

Além do suporte profissional, Verusca destaca a importância do apoio da família para manutenção da saúde emocional da paciente e, consequentemente, do bebê. “A compreensão, o suporte emocional e a participação ativa no acompanhamento da condição da mãe são fatores determinantes para um ambiente acolhedor e saudável durante esse período desafiador”, pontuou.