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Saúde mental das mulheres foi tema de seminário na Sesab

8 de março de 2024

“Falar da saúde mental da mulher é algo muito sério, que não pode se deixar ‘embaixo do tapete’. É preciso que se enfrente essa pauta e que se precisar de ajuda, busque ajuda”. A afirmação foi da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, durante a abertura, na manhã desta quarta-feira (06), do seminário “Saúde Mental das Mulheres nos Ciclos de Vida: considerando a perspectiva racial e de identidade de gênero”.

O evento, realizado no auditório da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), iniciativa da Sesab, por meio da diretoria de Gestão do Cuidado, integra a programação da atividade “Março de Todas as Mulheres”, que celebra a passagem, no dia 8 de março, do Dia Internacional da Mulher, e tem como objetivo proporcionar um espaço de reflexão, discussão e troca de experiências sobre questões envolvendo a saúde mental feminina nas várias etapas da vida.

A secretária da Saúde ressaltou ainda que a pauta sobre saúde mental é uma pauta provocativa, e que deve ser uma reflexão durante todo o mês. “Devemos ter coragem de discutir e se posicionar com relação ao assunto”, afirmou a secretária, que lembrou a realização da Feira da Mulher, ofertando mais de 23 mil atendimentos em diversas áreas.

A secretária de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães, classificou o seminário como um momento de integração e fortalecimento, e disse que diversas condições podem interferir na saúde mental das mulheres.

Responsável pela primeira palestra do encontro, sobre o tema “Fortalecendo a saúde mental de meninas adolescentes: protagonismo juvenil na construção de projetos de vida”, a pedagoga e filósofa Gracielly Delgado, coordenadora do Programa Saúde na Escola do Ministério da Saúde, explicou que o programa é resultado de uma articulação entre equipes de saúde e educação.

Segundo a pedagoga, 99% dos municípios baianos aderiram ao programa, alcançando mais de 25 milhões de estudantes. O programa inclui 14 ações educativas, incluindo a promoção da saúde mental e bem estar de adolescentes. “Fatores como a desigualdade social e violências estruturais como o racismo e o machismo afetam a saúde mental de adolescentes”, pontuou.

Ainda durante a palestra, realizada de forma virtual, a pedagoga disse que mais de 3 milhões de brasileiras ficaram órfãs em 2021 vítimas de feminicídio, o que impacta na saúde mental. “Quanto maior a violência no ambiente doméstico, maior o impacto na saúde mental”, concluiu.

O seminário prosseguiu durante todo o dia, enfocando temas como saúde mental nas mulheres trans, saúde mental nas mulheres indígenas e saúde mental na velhice: reflexões sobre a mulher idosa.